O troféu Doclisboa nasce do desejo de uma nova identidade visual com uma alma sustentável para celebrar o 20º aniversário do Doclisboa – Festival Internacional de Cinema, festival reconhecido no panorama internacional do cinema documental independente.
O projeto comissionado a Fabio Baldo e desenvolvido no âmbito do seu projeto pessoal Bamansure, foi desenvolvido com o Biolab e permitiu a criação de um biomaterial composto por conchas.
A ideia do prémio procura a sua essência nos elementos naturais da zona costeira onde Lisboa está localizada: entre o rio e o mar. O objetivo da investigação foi descobrir quais poderiam ser os materiais naturais locais e como poderiam ser transformados para criar um objeto harmonioso contendo as características físicas do contexto de Lisboa.
Quilos e quilos de mariscos chegam diariamente da costa para consumo urbano: uma única marisqueira pode atingir mais de 30 kg resíduos semanais de conchas. Ao incorporar a lógica sustentável de reutilizar o material descartado e misturá-lo numa receita à base de gelatina, foi criada uma solução líquida que se solidifica lentamente à medida que arrefece.
As diferentes cores das conchas criam cores diferentes em função da mistura e do grau de trituração das conchas. Para os prémios, foram selecionados berbigões e mexilhões, resultando respetivamente num creme e num azul-cinzento. A escolha de cores contrastantes para os títulos dos vários prémios foi inspirada pelas cores naturais das conchas: tijolo alaranjado no creme e branco no cinzento-azul.
A forma, que nada mais é do que uma exploração tridimensional do logótipo ‘D’ do festival, foi desenvolvida através de esboços e esculpida à mão livre num bloco de gesso. Posteriormente digitalizado em 3D com a ajuda do Fablab, foi possível imprimir moldes em 3D para serem preenchidos com a solução.
O troféu joga com uma justaposição de pesos numa sinuosa linha marinha mas ao mesmo tempo concreta. Esculpido metade em pedra, metade em mar.